terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Serenamente o silêncio do vento atravessa a linha onde os meus passos têm medo da luz.Ouço o ruído do ferro que treme, da madeira que range,da gravilha que fermenta(escura), a absolvição dos meus olhares indiscretos.A estação vazia adormece,porque o nevoeiro dos lugares nasce todo aqui.Segredo. Há rede e electricidade nos instantes que querona curva infinita do coração.As minhas pégadas faíscam lágrimas.É hora de regressar ao sono para acordar;para abordar as pálpebras numa das janelas do comboio que passa,agitar a mão e dizer adeus ao sol que se esconde.O teu sorriso pertence-me.Ouço o perfume da tua pele movimentar o mar distante.Vejo as palavras florirem da tua alma e fazerem crescer um manto suave, líquido,por onde deslizo. Linhas cruzar-se-ão no instante do abraço.As linhas dos teus braços e dos meus,quando as saudades estiverem olhos nos olhos,e se atraiam corpo com corpo num abraço maravilhoso.O comboio já vai longe, mas a linha permanece.Assim quando tu e eu viajarmos em comboios diferentesa alma será a mesmae a linha que vai do fim da terra ao princípio do marterá o mesmo elo de ligação nos sentimentos:Dois corações num só.(Rain)
Ao som de THE MEMORY OF TREES - Enya

Um comentário:

wander disse...

Há um certo segredo em tuas linhas que ma faz refletir...
Coisas da alma quando se pode senti-las somente.
Em suma,alimento para o coração.