sábado, 28 de maio de 2011

Permita-se

Permita
Que um olhar te conquiste.
Que um sorriso ilumine o seu dia.
Que as palavras toquem seu coração.
Que alguém o livre do perigo.
Que apenas um toque faça todo o seu corpo estremecer.
Que te façam elogios e críticas também.
Que o inesperado aconteça.
Que um pensamento o faça voar.
Não permita.
Que a raiva te domine.
Que seus sonhos sejam apenas sonhos.
Que seu dia passe rápido demais para que você o note.
Que a mágoa o envenene.
Que a rotina o canse.
Que a impaciência seja predominante.
Sinta a noite, deslumbre o sol.
Siga as estrelas.
Mergulhe no mar alto das paixões.
Ouça a natureza, ela tem muito a lhe dizer.
Deixe que o vento te leve.
Traga mais flores ao seu jardim.
Cante a canção do seu coração, no seu ritmo.
Depois da tempestade, contemple o arco-íris.
Suba no alto das montanhas, mas não se esqueça de descer.
A coisa mais bela do mundo está em você, o amor.
Manifeste-o. Não o deixe morrer em ti.
Ele precisa escapar, correr por todos os lados.
Andar entre as multidões, sem medo.
Ele deseja que você o sinta, mesmo que não possa entender.
Nada é impossível no seu mundo, tudo é real e grandioso, tão grande que o mundo não é o bastante para abrigá-lo.
Ele é quente demais, para que você o segure.
Forte demais, para ser empedido.
Ele não precisa de permições, nem mesmo regras.
A única lei que segue é a lei de Deus, que é perfeita, justa e simples como o teu coração.

Um comentário:

Anônimo disse...

Onde queres revólver, sou coqueiro
Onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! bruta flor do querer

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
Onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

F.